quinta-feira, 4 de novembro de 2010

ADORAÇÃO EM BETANIA


(JOÃO 12.1 a 5) Veio, pois, Jesus seis dias antes da páscoa, a Betânia, onde estava Lázaro, a quem ele ressuscitara dentre os mortos. Deram-lhe ali uma ceia; Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. Então Maria, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, de grande preço, ungiu os pés de Jesus, e os enxugou com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do bálsamo. Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de trair disse: Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres?

Se existia um lugar onde Jesus gostava especialmente de estar, este lugar era a casa de Lázaro e suas irmãs, Marta e Maria, em Betania. Apenas cinco dias antes da crucificação, a caminho de Jerusalém, Jesus mais uma vez visitou a casa de seus amigos. Sem dúvida esta era uma casa hospitaleira, um lugar de comunhão e onde Jesus encontrava pessoas profundamente agradecidas.

Acima de tudo isto, o lar em Betania era um lugar de adoração.

A adoração nesta casa era ampla, diversificada e profunda. A adoração se mostrava espontânea e de muitas formas. Lázaro manifestava a vida de quem estivera morto e agora irradiava sua ressurreição. O servir de Marta, que antes era um peso, fonte de constantes reclamações e comparações, agora era genuína adoração. Maria, antes uma mulher de má fama, era a que tinha mais motivos de adorar aquele que a perdoara e a restaurara para a vida.

Podemos aprender muito com este trio de adoradores.

A primeira coisa que aprendemos é que existem muitas formas de adoração. A mais genuína adoração vai muito além de melodias, canções, invocações e outras manifestações de louvor que normalmente associamos à adoração. Podemos e devemos adorar de muitas formas, em todo lugar e em todo tempo. A simples e vibrante vida renascida de quem esteve morto em seus pecados é uma das mais tremendas formas de adoração. Adoramos quando demonstramos a alegria da salvação de quem, como Lázaro, esteve morto, mas agora vive. Adoramos quando deixamos para trás as coisas da velha natureza e andamos nesta nova e exuberante vida. Outrora mortos em nossos pecados e delitos, mas agora vivos em Jesus Cristo.

Adoramos quando, como Marta, servimos ao nosso próximo com a motivação certa. Se antes servíamos esperando o reconhecimento e aprovação de pessoas, agora o fazemos para agradar o Senhor. Se nos comparávamos e nos mediamos com nossos irmãos, agora apenas buscamos o excelente, sem julgamentos ou comparações. Simplesmente fazemos do nosso servir uma forma de adoração.

A segunda lição que aprendemos é que podemos ser muito criativos em nossa adoração ao Senhor. Como Maria, podemos adorar de forma surpreendente e espontânea. Ela foi além do normal e não teve dúvidas em sacrificar algo precioso e raro em sua adoração. A única exigência, para que seja aceitável, é que seja sincero, genuíno e direcionado ao Senhor.

Maria adorava de forma especial. Era uma adoração extraordinária de alguém que fora amada de forma extraordinária, porque “a quem muito é perdoado, muito ama” (Lucas 7.47). Sua adoração foi criativa, extravagante, que rompia barreiras e passava limites. O que alguns viram como desperdício e exagero, Jesus viu como genuína adoração. E Jesus aprovou.

A terceira lição é que nossa adoração deve ser impactante. A vida de Lázaro não deixou ninguém alheio. As reações variaram desde curiosidade até conspirações de assassinato, mas era impossível não ver o poder de Deus se manifestando na vida de Lázaro e ficar passivo. O serviço de Marta fazia daquele lar um lugar onde as pessoas desejavam estar e impactou as pessoas pela hospitalidade. Quando Maria quebrou o frasco com o perfume ninguém na casa deixou de sentir o seu cheiro. Sua forma de adorar encheu a casa de seu perfume. Foi o que Jesus ensinou em Mateus 5.16 quando disse; “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus”.

Nossa adoração, seja no culto de louvor, no pequeno grupo ou na vida comum do dia a dia, deve produzir reações nas pessoas que nos rodeiam. Corremos o risco de pagar o preço da incompreensão. Alguns poderão achar um desperdício, outros um despropósito, mas em muitos outros nossa adoração causará o despertar e a sede pelo que estão presenciando, ajudando a conduzi-los a Jesus. Que nossa adoração seja uma forma de testemunhar e de evangelizar. Que nossa adoração seja um meio de trazer renovo e restauração para os cansados e sobrecarregados (Mateus 11.28 a 30). Que as pessoas sejam levadas a conhecer e adorar a Deus, através da nossa adoração (Romanos 15. 9 a 11).

Nossa adoração deve criar um clima de santa expectativa. Jesus esta presente e suas obras estão sendo manifestas. Afinal, se aquele que estava morto em seus pecados e delitos agora está vivo e perdoado, e aquele que lhe deu vida e perdão está presente, então não há mais limites para o que pode ainda acontecer.

Não mais existe lugar, modo ou tempo específico para adoração. Poderemos adorar em todo o tempo, de múltiplas formas e em todo lugar. A única exigência será a que Jesus colocou, que seja em espírito e em verdade.

A quarta lição é que devemos adorar pelos motivos certos. A correta adoração sempre é fruto da gratidão pelo que Deus fez e do conhecimento daquilo que Deus é. O lar de Betania acima de tudo era um lar agradecido. A ressurreição de Lázaro, o perdão concedido a Maria, a oportunidade de estar com Jesus e ver as suas tremendas obras, eram motivos mais que suficientes para fazer daquela casa um lugar de gratidão e adoração.

Podemos concluir dizendo que adoração é tudo aquilo que fazemos para agradar a Deus, como expressão de reverência, amor e gratidão, por tudo que Ele é, disse ou fez.

Quando falamos “tudo”, isto inclui cantar, dançar, servir, ministrar, cuidar da nossa família, contribuir, enfim tudo mais que fazemos para agradar a Deus. Quando falamos “para Deus”, estamos dizendo que tudo deve ser na presença e na direção de Deus. Quando dizemos “como expressão de reverência, amor e gratidão”, estamos falando da motivação correta para adorar. E quando falamos “por tudo”, inclui tudo mesmo, sejam alegrias ou provações, sejam tribulações ou bênçãos.

Que sejamos aqueles adoradores que Deus procura, os que O adoram em espírito e em verdade (João 4.24).

Por Luiz Carlos Sturm